sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Julie e Julia e Mamãe e Carol

Então assim ó: ontem levei minha mãe ao cinema. Minha muito adorada católica mãe, cuja ultima ida a sala escura tinha há algum tempo atrás pra ver filme do Padre Marcelo.

Como eu tenho sido uma filha um tanto ausente depois que me mudei para as longínquas paragens Sorocabanas, deixei a genitora avisada de que num dia da semana iríamos nos duas ao cinema pra ver Julie e Julia.

Claro que ela, chique como é, não deixou por menos e nos abancamos no melhor cinema de Sampa, ar condicionado, taxi e os escambau pq já que é pra ir, vamos em grande estilo.

Chegamos nos aboletamos numa sala em que havia umas 10 pessoas se muito. Quase que faço uma vaquinha, saio e pergunto se todo mundo aceitava rachar um supercombo com pipoca e todas as porcarias engordativas a que temos direito, mas eu ainda tenho um pouco de noção e contei até 1000 antes de dar a gafe.

Minha primeira pergunta é: que marido é aquele? Não pq aquilo não é marido, aquilo é ficção jurídica. O homem apóia a Julia em tudo, é um amor incondicional, lindo, sem cobranças. Quando ele chega com aquele treco pra amassar coisas embrulhado em fita vermelha eu tive uma síncope... que delícia! Que coisa boa ter alguém que fique ao nosso lado não importa em que maluquice nós entremos.

E os closes nos pratos então? AFF um monte de coisa deliciosamente engordativa e, caindo feio no clichê, pra devorar com os olhos mesmo. Aquele bife com nome esquisito e o bolo de chocolate é pra deixar a gente sem dormir um mês.

Não obstante tudo isso, ainda tinham os chapéus, os sapatos, Paris, a linda livraria em que a Julia vai e que não tem nada, os vestidos longos amarrados na cintura, os sapatos de salto,a manteiga, as panelas de cobre, o cunhado salvavida de aquário, a cortação ilimitada de cebolas, o assassinato de lagostas ah e eu já mencionei os sapatos?

Depois dessa apetitosa sessão, vem o comentário materno:

- Filha, estou satisfeita. - pausa para um sorriso - Tb, depois de tanta comida...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

quarta-feira, 25 de março de 2009


O que você acharia de encontrar num mesmo filme a Tenente Ripley, Peter Parker e Frodo Bolseiro? Pois é, esse filme existe: Tempestade de Gelo, de Ang Lee, reúne um elenco magistral pra contar as vidas de dois casais vizinhos e de seus filhos. (Claro que se trata aqui de um drama e não de uma história fantástica reunindo O Senhor dos Anéis, Alien e Homem Aranha...)
Tempestade de Gelo pra mim é a obra prima de Ang Lee: com humor negro e carregando no clima deprimente, ele narra como ninguém as dificuldades e inquietações dessas pessoas. De um lado temos Ben Hood ( Kevin Kline provando que sabe fazer muito bem drama, apesar de todo mundo lembrar mais dele quando se fala em Um Peixe Chamado Wanda) e Elena ( Joan Allen que anda se especializando em papéis relacionados a política: foi esposa de Nixon e candidata a vice presidente em Conspiração) , cônjuges em crise que parecem viver paralisados dentro do casamento. São pais de Wendy ( Christina Ricci maravilhosa) uma adolescente desnorteada ( redundante?) que começa a descobrir o sexo da pior maneira possível, claro, e de Paul ( Tobey Maguire) estudante de um internato distante e que está de passagem em casa para festejar o Dia de Ação de Graças com a família.
Ao lado da casa dos Hoods moram os Carveys : Janey ( Sigourney Weaver num papel em que a gente fica dividido em bater nela ou ter dó de uma mulher tão vazia) e de Jim ( Jamey Sheridan). Jim vive em outro planeta: ignora as mudanças que ocorrem dentro e fora de casa, a ponto de que se você prestar atenção ao desenrolar da história, ele não troca a camisa em nenhum momento. ( Lembrando que esse filme é ambientado na era Watergate, época bastante controversa na história dos Estados Unidos, tenho que bater palmas pra alguém tão alienado...). Janey, por sua vez, entediada com o marido, tem um caso com Ben,mas nem isso parece atenuar seu enfado com relação à vida.
Janey e Jim são pais de Mikey (Elijah Wood) e Sandy (Adam Ham- Byrd), ambos sofrendo de uma enorme dificuldade de convivência e nutrindo uma fixação por Wendy.
O que mais me marcou nesse filme foi perceber o quanto muito pouco mudou no comportamento do povo norte-americano dos anos 70 para cá: os conflitos e erros cometidos por eles continuam os mesmos. Não deixem de conferir!

sábado, 21 de março de 2009

Você se acha distraído, burro ou inconseqüente? Acabou de dar um fora absurdo e não acredita? Tenho aqui um paliativo para seu sentimento de "mas eu sou mesmo uma besta!!!" Já ouviu falar na página www.darwinawards.com ? Nele, você vai encontra uma série de mortes absurdas de pessoas que, segundo o criador do site, fizeram um favor a humanidade ao remover seus genes da face da terra. Apenas como aperitivo escutem essa aqui:. Rashaad, um rapaz de dezenove anos, morador de Houston, recebeu uma lição bastante sucinta sobre armas, ao brincar de roleta russa usando uma PISTOLA 45... Aparentemente ele não sabia que essa é uma arma semi automática e, desta forma, é recarregada imediatamente cada vez que é disparada... (sua chance de ganhar uma roleta russa era zero como ele rápida e tardiamente descobriu). Viu só? Console-se... tem pessoas beeeeeeeem mais distraídas que você!

sexta-feira, 20 de março de 2009


Conversando com amigos descobri que o chamado frio na barriga é uma das sensações favoritas de quem gosta de cinema. Nada como passar aquele medo enquanto fica-se com os olhos pregados na tela a espera do assassinato de alguém, ou a agonia de acompanhar os passos da inocente vítima em fuga desesperada... acho que todos nós somos um pouco sádicos (credo!) Como fã de fitas de suspense, contos de terror e incorrigível alugadora de filmes aterrorizantes ( digo incorrigível, porque depois não durmo a noite... ) não iria me perdoar se não indicasse a leitura de um dos maiores escritores de contos de terror conhecidos: H. P. Lovecraft. Nascido em Providence, Rhode Island no dia 20 de agosto de 1890, Howard Phillips Lovecraft foi uma criança que desde cedo se viu imersa em um universo de fantasia. Na infância, sua saúde delicada o impediu de comparecer assiduamente a escola mas não de, por conta própria, se embrenhar no universo dos mitos e contos de fadas. Aos cinco anos se maravilhava ouvindo histórias de 'As Mil e Uma Noites' e aos seis já se entretinha com publicações juvenis sobre mitologia grega e romana. No meio do ano de 1898 perdeu o pai após cinco anos de internação em um hospital. Seis anos mais tarde, a morte do avô colocaria Lovecraft e sua mãe em dificuldades financeiras que os levariam a trocar sua antiga residência vitoriana por acomodações mais modestas.
Exceto por 2 anos em Nova York (período em que teve a experiência de um casamento fracassado), viveu toda sua vida em sua cidade natal. Morou com a mãe e, após a morte desta (1921), com duas tias
Sempre foi fascinado por sua cidade natal e pela Nova Inglaterra. A geografia e a arquitetura, bem como outras particularidades desta região, influenciaram sua obra de maneira significativa. Segundo ele próprio, essas visões ajudavam-no a 'manter vivo o encantos do século XVIII'.
É comum a descrição do autor como um solitário, um eremita interessado apenas em universos estranhos e mistérios. Embora ele mesmo reconheça que passou alguns períodos de reclusão, é difícil sustentar esta opinião quando se sabe da intensa correspondência que mantinha com seus amigos entre os quais Robert E. Howard (criador de 'Conan'), Robert Bloch (autor do livro 'Psycho' no qual o filme 'Psicose' de A. Hitchcock foi baseado) e August Derleth. Também pode-se concluir pelas suas cartas que ele dedicava bastante tempo a visitas aos seus amigos. Outro fator que depõe contra o estigma de recluso é a extensa lista de suas viagens que vão desde New Orleans, Lousiana até Quebec no Canadá, documentadas em vários artigos que ele mesmo escreveu (alguns maiores do que a maioria de seus contos).
As primeiras incursões de Lovecraft no universo da escrita foram jornais sobre ciência e astronomia que distribuía entre seus amigos como, por exemplo, 'The Rhode Island Jornal of Astronomy' (1903-07). Participou de associações literárias como a 'United Amateur Press Association' experiência que ajudou-o a melhorar o estilo e manter contato com outros autores. A maioria dos seus contos fantásticos foram publicados em revistas como 'Weird Tales' ('pulp magazines'). Trabalhou como revisor e 'ghost writer', atividade da qual tirava a maioria do seu sustento. Morreu em 15 de março de 1937 de câncer aos 46 anos e foi enterrado 3 dias depois em Providence. (fonte : Lucrécio Ribeiro Junior - http://www.kadath.hpg.ig.com.br)
Li Lovercraft pela primeira vez ano passado, e me encantei com a forma como ele conta histórias. O meu conto de estréia foi Vento Frio seguido por O Caso de Charles Dexter Ward, Um Frágil Ancião, A Cor Que Caiu do Céu, A Estampa da Casa Maldita, , Os Gatos de Ulthar, Do Além e O Chamado de Cthutlhu. Ainda faltam muitos a serem lidos, pra que eu possa me considerar uma afficionada,mas, de outro lado, esses bastaram pra que eu o colocasse em minha lista de autores favoritos.
O que é delicioso notar nos contos de Lovecraft é a falta de clichês: não se encontram vampiros, lobisomens, gente voltando do túmulo... ele trabalha com histórias que até poderiam ser reais, ambienta sua narrações em lugares que parecem já ter sido visitados. Porém, o grande diferencial se encontra nas descrições que faz... ao final, fica-se com uma sensação de desconforto, como se, de repente, o personagem saísse das páginas do livro e fosse bater em seu ombro... Bom, não vou falar mais nada: vá até a livraria ou sebo mais próximos e compre suas obras. Aconselho a editora Iluminuras que tem as melhores traduções. Boa leitura! ( e bons sustos... )

quinta-feira, 19 de março de 2009


Pra quem não sabe eu adoro 007, sempre adorei. Fiz o favor de juntar dinheiro e comprar todos os filmes da série ( usados é verdade, mas quem se importa?)De qualquer forma fica uma questão importante: o que há nos vilões? O que há no jeito deles, na forma de agirem que faz com que nós mulheres achemos muito mais graça neles do que nos mocinhos?
Seguindo a regra do charme único dos moços ruins, quem rouba a cena em 007- Quantum of Solace é Mathieu Amalric que muita gente conhece como o protagonista de O Escafandro e a Borboleta.
Ele tem 1,68 de altura contra mais de 1,80 do Bond. É narigudo, franzino e de smoking fica parecendo um espantalho,mas... ah: ele é irresistível. Eu fiquei babando até no sotaque e perdoei as camisas excessivamente floridas e o jeito arrogante.
Aquela boca e aqueles olhos negros balançaram meu coração. Fora que em termos de atuação o Craig se esforça e Mathieu consegue.
Por ele vale a visita a ultima aventura de Bond,que, a meu ver, deixou a desejar no glamour e no charme,mas se superou nas cenas de ação e no enredo atualíssimo.
Apenas como um adendo: eu não gostei da música tema embora adore a voz da Alicia Keys. Fraca, muito fraca a canção.

quarta-feira, 18 de março de 2009


Pra toda ação existe uma reação como diria nosso querido e muito amado Newton. Assim a reação a minha falta total de grana tem sido um sumiço das salas de cinema... nhé!
Mas não é pra ficar desesperado: ainda temos a tv à cabo que quebra um galho, apesar da TVA estar exagerando na reprises...Os filmes baseados em obras do Stephen King estão sendo reprisados à exaustão...
Falando no diabo, afinal, já perceberam como é difícil adaptar Stephen King? Sim, porque se de um lado temos a opinião daqueles que,como eu, assistem às adaptações feitas, de outro temos a opinião do "dono da criança", que costuma ser extremamente inclemente. Acreditam que King achou O Iluminado uma adaptação fraca pro livro dele?! Benzaadeus...
Alías, uma boa estréia pra quem gosta de King, mas está afim de dormir à noite é ver Conta Comigo. Poucas vezes vi uma história que retrate tão bem amizade, lealdade e companheirismo numa fase da vida em que essas três qualidades são tão pouco presentes. Esse filme pra mim tem um gosto doce/amargo: doce porque é tão bem narrada que fica impossível ficar indiferente e amargo por lembrar mais uma vez a morte trágica e sem sentido de River Phoenix.
Bom, a história gira em torno de quatro colegas de colégio que vão em busca do corpo de um menino atropelado por um trem. A saga deles começa em busca da fama pela localização do corpo, mas no percurso esses meninos vão amadurecendo e é delicioso observar essa transformação. Os meninos são Chris (River Phoenix) o marginalzinho da cidade, filhos de pais divorciados e absolutamente largado pela família, Vern Tessio (Jerry O'Connell) menino gordinho e meio lento que tem uma família meio castradora e um irmão mais velho idiota, Teddy Duchamp (Corey Feldman) filho de um ex combatente da segunda guerra mundial e que tem como maior sonho ser do exército como o pai. Infelizmente o pai dele está internado num manicômio graças a guerra e
Gordie Lachance (Wil Wheaton) escritor mirim talentoso que perdeu o irmão mais velho em um acidente e agora é solenemente ignorado pelos pais. Pra dar um tempero a mais, quem narra essa viagem toda em off é Richard Dreyfuss. Se você não é assinante TVA tudo bem: o filme já está nas locadoras. Em tempos de Todo Mundo em Pânico e American Pie é bom ver um comédia dramática juvenil que valha a pena. Assistam!