sexta-feira, 20 de março de 2009


Conversando com amigos descobri que o chamado frio na barriga é uma das sensações favoritas de quem gosta de cinema. Nada como passar aquele medo enquanto fica-se com os olhos pregados na tela a espera do assassinato de alguém, ou a agonia de acompanhar os passos da inocente vítima em fuga desesperada... acho que todos nós somos um pouco sádicos (credo!) Como fã de fitas de suspense, contos de terror e incorrigível alugadora de filmes aterrorizantes ( digo incorrigível, porque depois não durmo a noite... ) não iria me perdoar se não indicasse a leitura de um dos maiores escritores de contos de terror conhecidos: H. P. Lovecraft. Nascido em Providence, Rhode Island no dia 20 de agosto de 1890, Howard Phillips Lovecraft foi uma criança que desde cedo se viu imersa em um universo de fantasia. Na infância, sua saúde delicada o impediu de comparecer assiduamente a escola mas não de, por conta própria, se embrenhar no universo dos mitos e contos de fadas. Aos cinco anos se maravilhava ouvindo histórias de 'As Mil e Uma Noites' e aos seis já se entretinha com publicações juvenis sobre mitologia grega e romana. No meio do ano de 1898 perdeu o pai após cinco anos de internação em um hospital. Seis anos mais tarde, a morte do avô colocaria Lovecraft e sua mãe em dificuldades financeiras que os levariam a trocar sua antiga residência vitoriana por acomodações mais modestas.
Exceto por 2 anos em Nova York (período em que teve a experiência de um casamento fracassado), viveu toda sua vida em sua cidade natal. Morou com a mãe e, após a morte desta (1921), com duas tias
Sempre foi fascinado por sua cidade natal e pela Nova Inglaterra. A geografia e a arquitetura, bem como outras particularidades desta região, influenciaram sua obra de maneira significativa. Segundo ele próprio, essas visões ajudavam-no a 'manter vivo o encantos do século XVIII'.
É comum a descrição do autor como um solitário, um eremita interessado apenas em universos estranhos e mistérios. Embora ele mesmo reconheça que passou alguns períodos de reclusão, é difícil sustentar esta opinião quando se sabe da intensa correspondência que mantinha com seus amigos entre os quais Robert E. Howard (criador de 'Conan'), Robert Bloch (autor do livro 'Psycho' no qual o filme 'Psicose' de A. Hitchcock foi baseado) e August Derleth. Também pode-se concluir pelas suas cartas que ele dedicava bastante tempo a visitas aos seus amigos. Outro fator que depõe contra o estigma de recluso é a extensa lista de suas viagens que vão desde New Orleans, Lousiana até Quebec no Canadá, documentadas em vários artigos que ele mesmo escreveu (alguns maiores do que a maioria de seus contos).
As primeiras incursões de Lovecraft no universo da escrita foram jornais sobre ciência e astronomia que distribuía entre seus amigos como, por exemplo, 'The Rhode Island Jornal of Astronomy' (1903-07). Participou de associações literárias como a 'United Amateur Press Association' experiência que ajudou-o a melhorar o estilo e manter contato com outros autores. A maioria dos seus contos fantásticos foram publicados em revistas como 'Weird Tales' ('pulp magazines'). Trabalhou como revisor e 'ghost writer', atividade da qual tirava a maioria do seu sustento. Morreu em 15 de março de 1937 de câncer aos 46 anos e foi enterrado 3 dias depois em Providence. (fonte : Lucrécio Ribeiro Junior - http://www.kadath.hpg.ig.com.br)
Li Lovercraft pela primeira vez ano passado, e me encantei com a forma como ele conta histórias. O meu conto de estréia foi Vento Frio seguido por O Caso de Charles Dexter Ward, Um Frágil Ancião, A Cor Que Caiu do Céu, A Estampa da Casa Maldita, , Os Gatos de Ulthar, Do Além e O Chamado de Cthutlhu. Ainda faltam muitos a serem lidos, pra que eu possa me considerar uma afficionada,mas, de outro lado, esses bastaram pra que eu o colocasse em minha lista de autores favoritos.
O que é delicioso notar nos contos de Lovecraft é a falta de clichês: não se encontram vampiros, lobisomens, gente voltando do túmulo... ele trabalha com histórias que até poderiam ser reais, ambienta sua narrações em lugares que parecem já ter sido visitados. Porém, o grande diferencial se encontra nas descrições que faz... ao final, fica-se com uma sensação de desconforto, como se, de repente, o personagem saísse das páginas do livro e fosse bater em seu ombro... Bom, não vou falar mais nada: vá até a livraria ou sebo mais próximos e compre suas obras. Aconselho a editora Iluminuras que tem as melhores traduções. Boa leitura! ( e bons sustos... )

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